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“Zenu” promete biliões do fundo em benefício de “angolanos comuns”
Um executivo de falas mansas, com educação escolar britânica. É assim que o jornalista Manoah Esipisu descreve José Filomeno dos Santos (“Zenu”), filho do presidente de Angola, que encabeça o Fundo Soberano de Desenvolvimento de Angola (FSDEA), cujos biliões promete usar em benefício “dos angolanos comuns” e da sua geração, que “cresceu sem perspetivas de futuro”.
“O elemento crítico para mim é que o fundo desempenhe o seu papel na melhoria das perspetivas para o povo de Angola. Vamos investir em projetos de infraestruturas que melhorem as vidas e beneficiem os angolanos comuns”, afirma Zenu na entrevista ao diário sul-africano Business Day. “Onde veremos ganhos reais é em investimentos em projetos e programas para melhorar as vidas das pessoas”.
Zenu defende a transparência e integridade do fundo e afirma que a democracia e o Estado de Direito estão a afirmar-se em Angola, com instituições mais fortes e mais estáveis, capazes de disponibilizar melhores serviços à população. “Mas o diferencial ainda é grande. Tivemos uma longa guerra e não é fácil resolver os problemas trazidos pela guerra”.
Dando grande destaque à entrevista ao executivo de 33 anos, concedida à margem de uma conferência sobre fundos soberanos africanos, o diário chama para título outra afirmação: de que o Fundo de 5 mil milhões de dólares vai procurar oportunidades de investimento na África do Sul, na região e “possivelmente em economias ocidentais”. A prioridade são investimentos na indústria, manufactura e infraestruturas.
Questionado sobre a razão para ter aceite dirigir o Fundo, Zenu diz ter um sentido de missão. “As pessoas da minha geração, enquanto crescíamos, não tínhamos perspetivas de futuro. Muitas das pessoas foram recrutadas e foram para a guerra. Felizmente, a alguns de nós foi dada a oportunidade de estudar e estar pronto para o futuro do país, o que na altura não concebíamos porque o país estava em guerra. Agora que o conflito terminou e as coisas estão mais animadoras, somos as pessoas para andar com as coisas em frente”, disse.
O sucessor?
Segundo a newsletter Africa Monitor Intelligence (www.africamonitor.net), Zenu passou a ter no regime um papel chave, alimentando crença de que é ele o “eleito” de José Eduardo dos Santos para o substituir. Na organização e funcionamento do FSDEA, ficaram confiadas a JF dos Santos “Zenu” competências exclusivas no plano das relações internacionais. O exercício da função implica contactos de alto nível no mundo da política e dos negócios – uma actividade geradora de visibilidade, influências e mesmo apoios, adianta a mesma fonte.
JF dos Santos “Zenu” é vice-presidente do BKI-Banco Kwanza Invest, mas antes já
era referenciado em missões consideradas informais, na China, p ex, que pela sua natureza lhe propiciaram um círculo de relações internacionais.