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As Questões de 2021 na África Lusófona
Os inícios de ano fazem-se de festa. Mas também de interrogações - como será o novo ano? 2021 começou com pouca festa - e com pouca liberdade, com a pandemia a servir de pretexto para novos autoritarismos em todo o continente africano. E começou também com mais interrogações do que é habitual.
Cada país tem as suas interrogações para os próximos 365 dias. Para cada Estado africano lusófono, aqui deixo as minhas:
Angola - A economia retomará, finalmente, o crescimento, depois de 5 anos de recessão?
Cabo Verde - Ulisses Correia e Silva conseguirá manter-se como primeiro ministro nas eleições legislativas, resistindo ao crescente descontentamento fomentado pelo impacto económico e social da pandemia?
Guiné-Bissau - Domingos Simões Pereira conseguirá resistir às pressões internas no PAIGC para o seu afastamento?
Guiné Equatorial - As tensões entre potenciais sucessores de Teodoro Obiang poderão degenerar num golpe palaciano?
Moçambique - A FRELIMO e os generais maconde irão ceder à pressão internacional para aceitar o desdobramento de unidades anti-terrorismo de países estrangeiros, única solução aparente para pacificar rápida e eficazmente Cabo Delgado?
São Tomé e Príncipe - Dispondo ainda de aliados dentro do Estado, Patrice Trovoada irá voltar nas próximas eleições presidenciais, tirando partido da fragilização do Governo de Jorge Bom Jesus?
Aos nossos leitores desejo, mais do que um bom ano, ânimo e audácia para fazer de 2021 o ano da retoma.