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Obiang sob chuva de ataques em vésperas de adesão da Guiné Equatorial à CPLP
A adesão da Guiné Equatorial à CPLP é praticamente um facto consumado, já na Cimeira de Díli, dentro de pouco mais de uma semana. Nas vésperas da conclusão de um longo e duro “cortejo” ao agrupamento lusófono, o regime de Teodoro Obiang vê-se debaixo de uma chuva de ataques.
O mais recente ataque veio do “think tank” sul-africano ISS. Num artigo hoje publicado, o instituto faz um balanço negro da situação no país, rico em recursos e com o PIB per capita mais elevado do continente africano, mas com “níveis extremos de pobreza e desigualdade, como resultado do total falhanço da governação”.
Stephanie Wolters, diretora da divisão de Prevenção de Conflitos e Análise de Risco do ISS, defende que a situação não mudará enquanto a “dinastia Obiang” estiver à frente do país. O filho do presidente, Teodorin Obiang, é o mais provável vencedor das eleições presidenciais de 2015/16, defende.
O ISS afirma que membros da família presidencial e da etnia do presidente ocupam todos posições estratégicas no governo e empresas estatais. Acabam por participar em negócios e aplicar os rendimentos em “vivendas de praia, jatos e carros desportivos exóticos”. Perante esta situação, o trabalho das ONG tem sido objeto de “restrições severas”.
Portugal foi mais recentemente o último bastião dentro da CPLP à resistência à adesão da Guiné Equatorial. Numa posição de isolamento dentro da organização, parece ter levantado os obstáculos que punha, com a adoção de uma moratória à pena de morte no país e o compromisso de difundir o ensino da língua portuguesa, que apenas tem uma presença histórica e residual.
Para Malabo, a adesão é vista como uma forma de sair de algum isolamento a que o país tem sido votado internacionalmente. É o único país de língua oficial espanhola em África, mas também pertence à Francofonia.
Várias ONG em Portugal têm-se movimentado contra a adesão, mais recentemente a Transparência e Integridade. Esta veio tomar posição pública acusando a CPLP de estar a “ceder a interesses” que não especifica.