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Obama repõe Guiné-Bissau no programa de livre comércio dos EUA com África
Mais um sinal de normalização das relações da Guiné-Bissau com a comunidade internacional, depois do ostracismo a que o país foi votado após o golpe de 2012: o presidente norte-americano, Barack Obama decidiu recolocar a Guiné-Bissau no programa de livre comércio dos Estados Unidos com África.
Conhecida nos últimos dias em Washington, a decisão presidencial devolve, já a partir de 1 de janeiro de 2015, a Guiné-Bissau ao programa que permite a produtos de alguns países africanos que cumpram normas de boa governação o acesso livre de tarifas ao maior mercado do mundo, o norte-americano.
Conhecido como AGOA (African Growth Opportunity Act), o programa está agora no seu 14º ano. No próximo ano, deixarão o lote o Sudão do Sul e a Gâmbia, por razões não especificadas no decreto presidencial. Mas no caso sudanês é conhecido que Washington está a procurar uma intervenção das Nações Unidas após confrontos armados que já fizeram mais de 10 mil mortos.
Em Janeiro, o presidente norte-americano havia excluído a Guiné-Bissau do grupo de 47 países convidados a participar na Cimeira Estados Unidos-África. A razão invocada foi "preocupação com a subversão da ordem democrática" no país, que então ainda se encaminhava para eleições.
Para a Guiné-Bissau, a readmissão surge numa altura importante, em que o país se prepara para um decisivo ano de colheita de caju, principal produto de exportação e fonte de divisas do país. Segundo relata o Africa Monitor Intelligence, os compradores encontram-se numa situação financeira complicada, depois de anos de dificuldades a escoar o produto.
A nível diplomático, a reentrada no AGOA é mais um sinal de normalização. Nos últimos meses, após a tomada de posse do novo governo, Portugal, Angola e Brasil, que lideraram a cooperação militar com a Guiné-Bissau até 2012, têm vindo a restaurar a ligação.