Acesso Livre
Obama exclui Guiné-Bissau de Cimeira com África
Serão 47 as nações africanas convidadas, ao mais alto nível, para a Cimeira Estados Unidos-África, que pretende dar um impulso às relações norte-americanas com o continente, semelhante ao que a China deu nos últimos anos. A Guiné-Bissau, por questões quanto à democracia no país, foi excluída dos convidados de Barack Obama.
A exclusão da Guiné-Bissau, cujo último governo democraticamente eleito foi deposto há quase dois anos por militares, deve-se a “preocupações quanto à subversão da democracia” no país lusófono. Pela mesma razão, também Madagascar e o Sudão ficaram fora da lista de convidados. Com relações deterioradas com os Estados Unidos, igualmente Egipto e Zimbabué não foram convidados.
Ao todo, serão 47 os líderes africanos na cimeira de 5 e 6 de agosto em Washington. O tema central será o comércio e investimento.
Espera-se que todos os chefes de Estado dos países lusófonos, à exceção do regime guineense, marquem presença. Será uma oportunidade para reforçar as relações económicas com a maior potência mundial, mas também de conseguir uma foto com Obama, uma das figuras mais populares de sempre no continente africano.
De particular destaque será a presença de José Eduardo dos Santos, que há muito procurava uma oportunidade para um encontro com o presidente norte-americano, o primeiro de origem africana. Luanda chegou a fazer intenso “lobby” no passado para possibilitar o encontro, mas a Casa Branca sempre viu como “desgastada” a imagem de Santos, líder no poder desde 1979 e frequentemente associado a casos de desrespeito pela democracia e até corrupção entre figuras do seu círculo próximo.
Segundo comunicado da Casa Branca, a cimeira visa “avançar no foco da administração no comércio e investimento em África e sublinhar o compromisso dos Estados Unidos com a segurança em África, o seu desenvolvimento democrático e do seu povo”.
A ideia foi inicialmente avançada em junho do ano passado pelo presidente Barack Obama, num discurso na cidade do Cabo.
Surge numa altura de grande impulso das relações da China com os países africanos e a China. Também Japão e França têm vindo a promover cimeiras ao mais alto nível com os líderes do continente.