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Janira Hopfer Almada e Cristina Fontes, as mulheres que se seguem no PAICV
Duas mulheres avultam entre os candidatos à sucessão de José Maria Neves na liderança do PAICV. Janira Hopfer Almada e Cristina Fontes – contará alguma delas com o apoio, implícito ou explícito, do primeiro-ministro cabo-verdiano?
Com a anunciada intenção de “unir o partido”, Neves já fez saber que adoptará uma atitude de estrita neutralidade relativamente à escolha do seu substituto à frente do partido, mas a sua influência é grande e os mais pequenos gestos para com os candidatos à sucessão serão observados de perto ao longo do próximo ano. No passado fim-de-semana, Neves foi reconduzido, pela quinta vez consecutiva, na presidência do partido, antes de se retirar formalmente, em finais de 2014. Deu também a conhecer que deixará definitivamente a chefia do Governo no termo da presente legislatura, em 2016.
Citando fontes do PAICV, a newsletter Africa Monitor Intelligence noticia que Janira Hopfer Almada, actual ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, está “inclinada” a apresentar-se como candidata à liderança do partido. Dentro do partido, muitos acreditam que conta com o apoio do próprio Neves, o que este rejeita.
Cristina Fontes, é igualmente apontada como potencial “sucessora” de Neves à frente do partido e, eventualmente, também como futura primeira-ministra. A ambas são reconhecidos predicados como elevada preparação técnica, intelectual e política, assim como boa presença; o estilo mais jovial e loquaz de Janira dá-lhe, porém, vantagem em termos de grande público.
Uma sondagem interna do PAICV, a divulgar esta semana dá vantagem a Aristides Lima para substituir Neves, seguindo-se Felisberto Vieira. Mas um eventual "empurrão" de Neves ao longo do próximo ano poderá mexer decisivamente nos pratos da balança.
Cristina Duarte “cai” antes da meta
No seguimento do congresso do PAICV, adianta o Africa Monitor Intelligence, será anunciada uma remodelação do Governo. Entre os elementos que podem ser substituídos estão a ministra das Finanças, Cristina Duarte. Certa é a saída do actual ministro da Defesa, Jorge Araújo, aparentemente por vontade própria
A competência que geralmente reconhecida a Duarte, ex-quadro superior do Citibank, é prejudicada por uma postura considerada “sobranceira” e também por um senso comum que a responsabiliza por dificuldades por que a economia de Cabo Verde está a passar por efeito do desequilíbrio das finanças públicas provocado pela crise. Caso contrário, seriam três as mulheres na linha de sucessão.