Africa Monitor

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Guiné Equatorial pode não estar a cumprir condições para adesão à CPLP

Guiné Equatorial pode não estar a cumprir condições para adesão à CPLP

 
Duas versões sobre a reta final da adesão da Guiné Equatorial à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa motivaram uma discussão pública entre a Presidência portuguesa e o ex-presidente timorense José Ramos-Horta. Pelo meio, ficou a saber-se que há uma incógnita quanto a Malabo estar, ou não, a cumprir o que prometeu.

Na sequência da cimeira de Dili, em julho do ano passado, quando Timor-Leste assumia a presidência rotativa da organização, foi Ramos-Horta a ficar incumbido de fazer o acompanhamento do processo de adesão. Segundo o jornal Sol, tal incluía verificar se eram cumpridas as promessas feitas por Malabo para conseguir a adesão.

Citando fonte ligada ao processo, o mesmo jornal adianta que o acompanhamento não deu ainda lugar a qualquer relatório. Entre as promessas feitas avulta a moratória à pena de morte, muito contestada por organizações não-governamentais, que, sobretudo em Portugal, se opuseram fortemente à adesão.

O processo de acompanhamento tem estado envolto em silêncio. Aliás, a informação que sai de Malabo, sobre qualquer assunto, é habitualmente escassa.

Depois de o presidente da República português ter dito, em livro, que Portugal apoiou a adesão da Guiné Equatorial para não causar dano à CPLP e a Timor-Leste, que assumia a presidência, José Ramos-Horta veio contrapor outra versão dos factos. De que a diplomacia timorense apenas secundou a portuguesa.

A reunião ministerial da CPLP que precedeu a Cimeira de Dili já tinha acordado consensualmente a adesão da Guiné Equatorial. Perante a postura firme de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Angola, Portugal anuiu”, disse o ex-presidente timorense.

O lóbi pró-adesão, adiantou, “foi sempre desencadeado por Angola e Brasil, apoiado por todos os outros países africanos da CPLP”.

Embora pouco falada, a Guiné Equatorial é dos países mais penalizados pela atual quebra do preço do petróleo