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Guiné-Bissau volta à agenda do Conselho de Segurança da ONU

A Guiné-Bissau volta na quarta-feira à agenda do Conselho de Segurança da ONU, numa altura de impasse político e receio de episódios de instabilidade. No ar, paira a ameaça de uma suspensão da ajuda internacional de 1,2 mil milhões de dólares com que os parceiros internacionais se comprometeram no ano passado.

Os membros do Conselho de Segurança serão postos ao corrente dos desenvolvimentos em Bissau, através de briefings do representante especial Miguel Trovoada e de António Patriota, embaixador brasileiro que preside à Comissão para a Consolidação da Paz (PBC) para a Guiné-Bissau, segundo informações recolhidas pelo Africa Monitor.

A 18 de janeiro, o Conselho de Segurança discutiu a situação na África Ocidental, tendo no comunicado final feito referência à Guiné-Bissau, expressando “preocupação de que a tensão política possa continuar a degradar a governação” no país e “por em causa a consolidação de ganhos alcançados no país desde as eleições de 2014”.

O comunicado apela aos líderes guineenses para encetarem o diálogo político, de forma a evirarem o acumular de tensões ou mesmo situações de conflito. O essencial, afirmam, é um “clima que leve à reconciliação nacional, bem como à reconstrução democrática, social e económica”.

Depois das consultas de quarta-feira, deverá ser renovado o mandato do gabinete da ONU, UNIOGBIS, que termina a 28 de fevereiro. Espera-se a aprovação de uma resolução sobre a situação no país. Esta deverá chamar a atenção para, caso um novo governo não se comprometa com o Plano Operacional 2015-2020, o risco de o país perder os fundos prometidos pela comunidade internacional na conferência de doadores de março de 2015: 1,2 mil milhões de dólares.

Outra possibilidade, segundo fontes diplomáticas, é a referência à possível imposição de sanções, nomeadamente de deslocações, a indivíduos que atentem contra o processo democrático no país.