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Graça Machel, viúva de Mandela, futura presidente de Moçambique?
Uma possível candidatura de Graça Machel à presidência de Moçambique está a conquistar apoios. Segundo o Africa Confidential, "para muitos moçambicanos, a ideia é apelativa e lógica." Mas o actual presidente Armando Emílio Guebuza favorece o pré-candidato José Pacheco.
A Frelimo, que está sob pressão para apresentar o seu candidato às eleições presidenciais de Moçambique em 2014, avançou a semana passada com três pré-candidatos: José Pacheco, Alberto Vaquina e Filipe Nyussi. O primeiro, embora mais próximo de Guebuza, é uma "figura pouco consensual," de acordo com o Africa Monitor Intelligence, que arrisca que se possa "dar lugar ao surgimento de uma ou mais candidaturas de personalidades da área da FRELIMO, com o estatuto de independentes."
A notícia do Africa Confidential de que "aumentam as vozes que pedem que Graça Machel se candidate a presidente" vem no contexto da morte recente do seu marido, Nelson Mandela. Graça Machel, moçambicana, já pertence à Frelimo desde 1969, quando se juntou à luta clandestina contra a ocupação portuguesa. Posteriormente, e a partir do primeiro governo da independência, foi Ministra da Educação durante 14 anos.
A questão presidencial é essencial para Moçambique no estado actual de tensão interna, sendo que peritos do ISCTE já afirmaram que a escolha de um candidato por parte da FRELIMO pode ser o passo chave para o alívio da situação.
Graça Machel é a única pessoa a já ter sido primeira-dama de dois países: Casou com Samora Machel, líder revolucionário da guerra da independência moçambicana, e, após enviuvar, casou mais tarde com Nelson Mandela, também ele um ícone das lutas da África Negra. Em 1990, trabalhou pelas Nações Unidas no Estudo do Impacto dos Conflitos Armados na Infância, e, em 1995, recebeu a Medalha Nansen, da mesma organização, como reconhecimento do seu trabalho.