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Emprego para jovens no centro da campanha eleitoral cabo-verdiana
A pouco mais de um mês das eleições legislativas em Cabo Verde, a dinâmica de vitória parece do lado do Movimento para a Democracia (MpD). O Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV) será o último a apresentar o seu programa, a 11 de Fevereiro, mas as linhas de força deverão ser semelhantes às do MpD: relançar a economia e criação de emprego para os jovens.
Hoje, o Africa Monitor Intelligence afirma que estão a ganhar consistência as previsões de vitória do MpD nas legislativas de 20 de março. O sentimento popular favorável a uma vitória do MpD está em crescendo e é notória a confiança e optimismo no partido, especialmente entre dirigentes e quadros.
Este foi visível na apresentação do seu programa de governo – um acto a que compareceram representantes de partidos ditos irmãos, como a CDU (Alemanha) PSD (Portugal) e ADI (S. Tomé e Príncipe), bem como de organizações internacionais, IDC e PPE, entre outras.
Em contraste, no PAICV e em meios marginais, o clima é de relativa incerteza numa vitória eleitoral, segundo o AM. A apresentação do programa é aguardada com expectativa.
O programa do MpD, apresentado pelo candidato e ex-presidente da Câmara da Cidade da Praia, Ulisses Correia da Silva, anuncia a intenção de de colocar a economia de Cabo Verde a crescer 7,5 por ano.
O combate à pobreza, a promoção do emprego e a melhoria do ambiente de negócios, são algumas das dez medidas prometidas por Ulisses da Silva. Por outro lado, propõe a criação de um rendimento mínimo para famílias carenciadas, correspondente a 50 por cento do salário mínimo nacional, cerca de 50 euros. As famílias beneficiárias deste subsídio terão todavia que prestar serviço comunitário ou público.
O candidato do MpD anunciou igualmente a intenção de criar 45 mil novos empregos para jovens. Ulisses foi ministro da Economia do MpD durante parte dos dez anos em que este partido foi poder (entre 1991 e e 2001) e nessa condição foi então acusado de participação em negócio pouco claro na venda da empresa de combustíveis (ENACOL), algo que os seus adversários políticos tenderão a recuperar.
As medidas contidas neste programa atacam os pontos considerados fracos da governação do PAICV, no poder há 15 anos e acusado de não ter feito o necessário para criar empregos para os jovens que, entretanto, foram saindo das universidades criadas pelo PAICV no país.
Ao apresentar o seu programa, espera-se que Janira Hopffer Almada, a presidente do PAICV, dê resposta às propostas do MpD.
Janira, que tem visitado todo o país e também já esteve em Portugal para contactar as diversas comunidades caboverdianas, tem defendido a ideia de que a sua equipa, constituída por gente jovem e conhecedora da realidade nacional saberá descobrir os caminhos para fazer o país sair da crise económica em que se encontra e que também é reflexo da crime europeia.