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Cabo Verde e Guiné-Bissau cada vez mais próximos
De um lado, um país em dificuldades económicas, à procura de implantação na África Ocidental. De outro, um país com potencial económico por explorar, mas à procura de parceiros para ultrapassar uma prolongada crise política. O vai-vem de políticos e empresários entre Cabo Verde e Guiné-Bissau não engana: os dois países estão cada vez mais próximos.
Segundo o Africa Monitor Intelligence, o Primeiro-Ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, tem prevista para breve uma visita à Guiné-Bissau, com o que se dará início à realização anual de cimeiras bilaterais. Está igualmente a ser preparada a reabertura de ligações marítimas e aéreas regulares, interrompidas no seguimento do golpe de Estado de 2012.
Uma vasta missão empresarial, encabeçada pela ministra do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial, Leonesa Fortes, esteve recentemente na Guiné-Bissau. Foram identificadas oportunidades de negócio e potenciais parcerias empresariais, cuja materialização depende de apoios à internacionalização da economia, que podem vir do estrangeiro.
O bom acolhimento que um reforço dos laços com Cabo Verde suscita em Bissau está bem patente. Presidente da República, Presidente da Assembleia Nacional e Primeiro-Ministro, os três mais altos responsáveis do país, já efectuaram todos visitas a Cabo Verde, apesar de se encontrarem em funções há pouco mais de meio ano.
A aproximação é vista como forma de reanimação da sua desmantelada economia e o fortalecimento da administração do Estado. As afinidades históricas e culturais à Guiné-Bissau, o bom conhecimento das suas realidades e o estado de apetência à ajuda externa em que o país se encontra, são vistos como favoráveis ao “bom êxito” do esforço actual.
Ainda segundo o AM Intelligence, a aproximação a Bissau faz parte da nova política externa cabo-verdiana. Com os principais parceiros europeus (Portugal, Espanha, Itália) só agora a emergirem de crise prolongada, o executivo cabo-verdiano reforçou a política de integração regional da
economia e Bissau é considerada uma “boa plataforma”.
Cabo Verde é considerado dos países mais democráticos do continente africano. Para a Guiné-Bissau, o fortalecimento dos laços também traz reflexos positivos em termos da imagem das principais forças políticas, que na semana passada vieram de mesa redonda de Bruxelas com um montante significativo de promessas de ajuda financeira até 2025.