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Conselho de Segurança vai a Bissau em março
Está renovado o mandato do gabinete da ONU em Bissau. E o Conselho de Segurança prepara uma deslocação à capital guineense em março, a par de outras capitais da região. Mas agora é a outra continuidade da força da CEDEAO no país que está em causa, devido à falta de financiamento, apesar de repetidos apelos no último ano.
Durante as consultas nos últimos dias em Nova Iorque, que conduziram hoje à aprovação pelo Conselho de Segurança da extensão do mandato do gabinete da ONU (UNIOGBIS). A resolução aprovada hoje apela a todos os parceiros para se disponibilizarem a apoiar financeiramente a ECOMIB, cujo mandato expira em julho.
A força é vista como o principal impedimento a interferências dos militares, e mesmo a golpes de Estado, propiciados pela atual situação política contenciosa. A CEDEAO, e em particular o Senegal, membro do Conselho de Segurança, tem vindo a alertar para que a continuidade da ECOMIB fica em causa sem financiamento adicional.
Em relação à situação política, a resolução hoje aprovada apenas apela aos atores políticos guineenses para que assegurem a “estabilidade política”. Cita em particular o presidente, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia Nacional, além de líderes partidários. Apela ainda a uma revisão “expedita” da Constituição guineense.
Em relação ao plano de desenvolvimento que na conferência de doadores de março 2015, em Bruxelas, obteve compromissos de financiamento de 1,2 mil milhões de dólares, a resolução afirma que os atores guineenses devem “mostrar o necessário comprometimento” com o “restabelecimento de ímpeto para progressos em determinadas áreas-chave”.
Para os militares, é reiterada a mensagem de que devem submeter-se ao poder político. Os membros do Conselho de Segurança sublinham ainda a importância do combate ao narcotráfico e crime organizado, para assegurar a "estabilidade política e económica".
O próximo passo, segundo fonte diplomática, será uma visita de membros do Conselho de Segurança a Bissau. A passagem pela capital guineense chegou a estar descartada, mas terá sido assegurada após pressão do representante especial, Miguel Trovoada, que lamentou a pouca atenção dada pelo Conselho de Segurança ao país desde o início da crise política. A visita deverá incluir ainda Dakar e Mali.