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Crise obriga a cortes na política externa angolana para África

Crise obriga a cortes na política externa angolana para África


Pela primeira vez em muitos anos, as autoridades angolanas veem-se na obrigação de gerir com poucos recursos, o que implica fazer cortes. A política externa para a região não podia escapar, mesmo numa altura em que Angola está no Conselho de Segurança da ONU. O
 acompanhamento de alguns teatros foi sacrificado, ficando a República Democrática do Congo (RDC) no centro das prioridades.


A atenção especial à RDC, segundo o Africa Monitor Intelligence, foi mantida intacta no quadro de uma revisão da política regional e africana que sacrificou ou secundarizou países como a República Centro Africana e outros.

Os principais critérios foram reajustar o esforço financeiro da política regional aos menores recursos disponíveis, mas também corrigir dispersões tendencialmente limitativas de capacidades de acompanhamento político, diplomático e mesmo de segurança de situações consideradas vitais para Angola.

Na prática, a prioridade máxima conferida por Angola à RDC reflecte-se na acção da sua diplomacia, em especial na ONU, aproveitando a condição de membro não permanente do Conselho de Segurança.

Também implica o empenho dos seus vários serviços de informações e segurança, em especial o Serviço de Inteligência Externa (SIE) e o Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM). Um centro de comunicações militares com capacidade técnica para interceptar redes de países vizinhos, opera especialmente direcionado para a RDC.

A RDC, país com que Angola partilha a maior fronteira, vive graves tensões político-sociais internas geradas, pela questão da candidatura de Joseph Kabila a um terceiro mandato. Regista-se ainda uma deterioração do conflito que prevalece no Leste do território.

De acordo com o AM Intelligence, o ambiente na RDC pode degenerar em instabilidade capaz de se repercutir em Angola, em razão da vizinhança entre os dois países.

Em meios da oposição congolesa se considera que “le régime de dos Santos” (sic) é o principal apoiante regional de Joseph Kabila, o que contempla a sua alegada pretensão de se manter no poder contra o que a constituição dispõe.