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Crescimento de Angola sem empregos é “enganoso”, diz Samakuva em Washington
O líder da UNITA, Isaías Samakuva, está a defender, em Washington, que o crescimento de Angola é “enganoso, sem empregos”, porque não gera estabilidade social”.
Samakuva fez estas afirmações numa conferência promovida pelo Conselho do Atlântico, uma instituição não partidária fundada em 1961, com estreitas ligações com os países banhados pelo Atlântico, dedicada a promover a segurança e a cooperação nas relações transatlânticas.
O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) voltou a criticar o Presidente da República, José dos Santos, acusando-o de se ter tornado “no principal factor de instabilidade em Angola”.
A ex-colónia portuguesa, tornou-se, no seu entender, “num Estado democrático sem democracia real, onde o Presidente faz o que bem entende e manipula as eleições como bem entende”.
“Ao colocar-se acima da lei e utilizar o Estado para promover a corrupção, o Presidente José Eduardo dos Santos torna o seu regime político ainda mais instável e espalha a instabilidade no seio do próprio regime”, acrescentou.
Samakuva falava numa conferência sobre “Estabilidade, Segurança e Governação em Angola”.
Criticando a corrução, Samakuva considerou que “a instabilidade em Angola atingiu proporções alarmantes e tornou-se num perigo tão iminente como um barril de pólvora”.
Mas, apesar de tudo, afirmou ter confiança no futuro de Angola, porque “a mudança está a chegar”.
Disse conduzir com todas as forças sociais angolanas um diálogo nacional construtivo e decisivo visando a mudança em Angola. Apelou ao povo americano para que apoie esses esforços.
Samakuva passou idêntica mensagem ao discursar no Fundo Nacional para a Democracia que inclui diversas organizações não-governamentais que lutam pelo respeito pelos direitos humanos.
Depois de vários encontros políticos em Washington e com a comunidade angolana local, Samakuva partirá para a Europa, onde se deslocará à Bélgica, Alemanha, França, Espanha e Portugal.
No comunicado de imprensa em que anunciava a viagem, a UNITA afirmava que o objectivo é o de explicar à comunidade internacional a situação real prevalecente em Angola, nomeadamente em Cabinda “onde, infelizmente, as armas continuam a dar o ar da sua desgraça”.
Acompanham o presidente da UNITA, os deputados Alcides Sakala Simões e Raúl Danda.
Segundo o mesmo documento, em Washington estava previsto um encontro com o embaixador de Portugal nos Estados Unidos.