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CEDEAO convoca reunião extraordinária sobre a Guiné-Bissau
De visita a Lisboa, o chefe de Estado do Senegal e presidente em exercício da Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO), Macky Sall, criticou a decisão do presidente guineense de demitir o governo. E deixou uma novidade: no próximo sábado, a comunidade regional realiza uma cimeira extraordinária para tomar posição sobre a situação em Bissau.
Em Lisboa, onde esteve com o presidente da República, Cavaco Silva, com o vice-primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sall assumiu-se como “muito crítico” da decisão de José Mário Vaz demitir o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira. O presidente, disse, foi o causador da crise, segundo relato de participantes nestas reuniões ouvidos pelo Africa Monitor.
Para Sall, o mais importante agora é assegurar que os apoios financeiros prometidos à Guiné-Bissau não sejam vítimas da crise político. Para isso, pediu um “grande esforço” para que o diálogo político conduza a uma situação de estabilidade.
Da reunião extraordinária da CEDEAO, no próximo sábado, deverá sair uma tomada de posição conjunta sobre as mais recentes evoluções em Bissau. O PRS, segundo maior partido, acordou juntar-se ao governo de iniciativa presidencial, mas o Tribunal Constitucional pronunciou-se contra a decisão do presidente.
Após a audiência com Sall, na terça-feira, o presidente português afirmou que a destituição do Governo era “a última coisa desejável”.
“Esta crise política era a última coisa que desejaríamos para a Guiné-Bissau neste momento, depois da esperança que tinha sido criada com as eleições do ano passado e depois da conferência que teve lugar em Bruxelas que disponibilizou apoios financeiros muito significativos para o desenvolvimento da Guiné-Bissau”, disse Cavaco Silva.
Também a União Africana já se pronunciou sobre a crise política, alertando para as consequências sobre os apoios financeiros prometidos.