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Brasileiro no topo da hierarquia da ONU em Bissau
Numa altura em que Ramos-Horta prepara a saída, a ONU envia para Bissau como número dois do gabinete o brasileiro Marco Carmignani. No período pós-eleitoral em que haverá que avançar com a muito delicada reforma das Forças Armadas guineenses, o representante da ONU em Bissau pode continuar a ser lusófono.
Há mais de duas décadas ao serviço das Nações Unidas, Carmignani esteve ligado ao Médio Oriente nos últimos 7 anos, como alto conselheiro e chefe de gabinete de missões políticas e de paz. No seu currículo, tem também uma passagem pela missão da ONU no Burundi (ONUB).
Na nota em que anuncia a nomeação de Carmignani para o posto de representante especial adjunto no gabinete em Bissau (UNIOGBIS), a ONU sublinha que o país tem um historial recente de golpes frequentes, e persiste no fundo da tabela dos mais pobres.
A ONU está no terreno desde o final dos anos 1990, e desde 2010 através de um gabinete integrado para a consolidação da paz.
José Ramos-Horta, atual Representante da ONU em Bissau substituiu o Ruandês Joseph Mutaboba no início de 2013. Há poucas semanas, anunciou que vai deixar o cargo no final de Junho, data previsto para final da missão. E defendeu que quem vai ocupar o seu lugar deve falar o português ou crioulo.
"Um Representante Especial tem que ser alguém que, além de grande político seja um grande burocrata. Sobretudo tem que ter um grande coração, entender o povo, saber trabalhar com o Governo e outros para ajudar o povo guineense", adiantou o antigo Presidente Timor-Leste e Nobel da Paz.
Ramos-Horta deverá sair um ano e meio depois da nomeação de Mutaboba, que saiu debaixo de um coro de críticas de vários dos países-membros do Conselho de Segurança, que consideraram que foi surpreendido pelo golpe de abril de 2012, em pleno processo eleitoral.