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Boko Haram em destaque na primeira missão do Conselho de Segurança liderada por Angola
República Centro Africana, Etiópia e Burundi: são estas as três paragens previstas na primeira missão do Conselho de Segurança a África sob liderança de França e de Angola, que desde o início do ano passou a integrar o organismo das Nações Unidas. Na agenda de segurança do continente, avulta a crescente ameaça do Boko Haram.
A primeira paragem da missão, que decorre entre hoje e 13 de março, é a República Centro-Africana. Além de contactos com a missão da ONU (MINUSCA), estão previstos encontros com o comando da Operação Sangaris, liderada pela França, e com as forças europeias. Também a nível político a agenda é intensa, a apenas 5 meses das previstas eleições presidenciais e legislativas.
A 12 de março, a missão estará em Adis Abeba, para contactos com a comissão de segurança da União Africana, passando em revista a situação nalguns dos mais complicados teatros africanos, como o Darfur, Somália, Sudão do Sul. Em destaque estarão também os dossiers da região dos Grandes Lagos e do Boko Haram.
Com a ameaça do Boko Haram a espalhar-se do interior da Nigéria para vários países na região, no passado dia 3 de março, a União Africana adotou as orientações da Força-Missão Conjunta Multinacional (FMCM) que está a ser formada pelos países-membros da Comissão da Bacia do Lago Chade e pelo Benim. A UA quer o apoio explícito do Conselho de Segurança à FMCM, que deverá ser discutido esta semana.
A última etapa da missão será o Burundi, que também este ano terá eleições, cuja liberdade e transparência é disputada pela oposição.
Angola beneficiou do apoio dos países africanos na sua eleição para o Conselho de Segurança. A maioria dos “dossiers” a serem tratados neste organismo envolvem países africanos, entre eles o da Guiné-Bissau.