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Guiné-Bissau em destaque na agenda de Angola no Conselho Segurança da ONU

Guiné-Bissau em destaque na agenda de Angola no Conselho Segurança da ONU


Depois de dois anos de ausência, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa volta a estar representada no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Mas a agenda de Angola vai além da dos países lusófonos, em que se destaca o conflito na Guiné-Bissau e as aspirações do Brasil; assume também iniciativas da União Africana, sobretudo a pacificação na região dos Grandes Lagos.

A Guiné-Bissau é o único país que está atualmente em permanência na agenda do Conselho de Segurança. Em declarações em Nova Iorque, à rádio ONU, o embaixador angolano nas Nações Unidas, Ismael Martins, definiu como objetivo envolver os países da CPLP nas discussões sobre a questão guineense.

Angola foi eleita em outubro para um mandato de dois anos como membro não permanente no Conselho de Segurança, por onde passaram Brasil, até final de 2011, e Portugal, até final de 2012. A CPLP volta assim a ter um membro no principal organismo internacional de Segurança, após 2 anos ausente.

Georges Chikoti, ministro das Relações Exteriores de Angola, já assumiu publicamente a defesa de um dos grandes cavalos de batalha brasileiro e lusófono na ONU – a atribuição ao Brasil de um lugar de membro permanente do Conselho de Segurança. O apoio foi dado na semana passada durante a visita oficial a Brasília para participar das cerimónias de posse da presidente Dilma Rousseff.

“Vemos o Brasil como um potencial membro permanente pelo seu crescimento, pelo seu envolvimento nas questões internacionais e acho que se justifica a posição do Brasil sobre a reforma”, disse o ministro das Relações Exteriores angolano.

Luanda pretende também promover a agenda da União Africana, juntamente com outros membros africanos do organismo, Chade e Nigéria. Na segunda-feira, o Conselho de Segurança discutiu a segurança na República Democrática do Congo, dossier em que Angola se tem envolvido na qualidade de presidente da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos.

Para o investigador Luís Bernardino, a entrada de Angola no Conselho de Segurança faz parte de uma estratégia mais vasta: a de projeção da influência do país a nível regional e internacional.